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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Medicina Folk - Campeira e povoeira

Hélio Moro Mariante resgatou crenças e hábitos populares dispersos e esquecidos com o advento da modernidade e pelas novas gerações. Uma medicina originária da criatividade do povo, vinda de usos e costumes e crenças indígenas ou mesmo dos mais antigos. Buscando na natureza formas de cura para doenças, o curandeiro indígena por muitas gerações descobriu elementos fitoterápicos que livravam o povo dos males. Esses usos e costumes se transportaram através dos tempos sofrendo incrementos e modificações até chegarem aos nossos dias. Na sabedoria popular existe um dito que diz: “de médico e de louco, todos temos um pouco”. Além de rimar é grande a verdade nas entrelinhas.
A arte de prevenir ou de curar as doenças sempre esteve presente na vida do homem que, preocupado com o próximo e dotado de um forte instinto de preservação, buscou as respostas para a preservação da saúde física e mental da humanidade. Combatendo moléstias, com o intuito de aumentar longevidade humana, levaram-no a utilizar de todos os meios que estivessem ao seu alcance com o objetivo de preservar a vida.
Além da busca da medicina na natureza, o espírito religioso e supersticioso do gaúcho, levou-o a amparar-se no místico e no sobrenatural. Desde os tempos mitológicos a medicina popular está profundamente ligada aos planos espirituais. Assim surgiram os curandeiros, pajés, que eram uma espécie de médico, benzedor, feiticeiro, profeta e chefe espiritual junto a sua comunidade. O conhecimento era passado de geração em geração propagando, via oral, a virtude das plantas, bem como a arte de aproveitá-las no tratamento de doenças.
Muito comum na região da campanha, as boticas caseiras, espécie de farmácia doméstica formada de produtos naturais, herdadas folcloricamente dentro da família. Entre algumas doenças que são tratadas em casa, podemos citar picadas de insetos, aplicando uma pasta feita com fumo mascado. A dor de ouvido, principalmente nas crianças, é tratada com untura levemente aquecida. O unheiro é curado colocando o dedo num recipiente com água mais quente que o paciente pode suportar. O mijacão, comum na zona rural, obriga a perfuração a fim de curar o mal, aplicando salmoura com arnica.
O bicho-de-pé exige a retirada do “saquinho” contendo os óvulos. Aplica-se para a cura, querosene ou creolina. O cobreiro, segundo a crença do povo, somente é curado através de benzedura. Frieiras são tratadas com vinagre, querosene, creolina ou açúcar.
Podemos ver que a crença popular é vasta, mas que através dos tempos, perpetuou-se nas mais variadas gerações. Não existe alguém que não lembre, de alguma forma, ou por alguma necessidade, algo que um antepassado tenha ensinado. Desde uma cólica, uma dor de cabeça, uma prisão de ventre ou qualquer outro mal que se apodere do corpo humano.

Fonte PORTAL MTG 

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