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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

24º Moenda




Buenas gauchada, depois de ver meu COLORADO ser CAMPEÃO da América, posto aqui pra vocês as três letras das primeiras músicas que estarão no palco da 24º Moenda na noite de sábado. Jaime Vaz Brasil, Léo Nogueira e Carlos Omar Vilella Gomes assinam as poesias das composições. Na foto ao lado, minha amiga Jú Spanevello que irá interpretar "De Arrepiar a Alma".





GEOGRAFIA DA INSÔNIA

Gênero/Ritmo básico: Canção

Letra: Jaime Vaz Brasil (Porto Alegre – RS)

Música: Adriano Sperandir e Cristian Sperandir (Osório – RS)

Intérprete: Adriana Sperandir



No colo da minha insônia

vejo a fome a andar nas sotas

das gordas que, de Botero,

não vão aos pratos de Angola.



Sinto guerras, maremotos

e espadas de Andaluzia.

Uma Odisseia, um naufrágio

e tudo o que eu não queria.



No colo da minha insônia

— voluntário e delirante —

há um Leonardo gritando

ao futuro e seus distantes.



A morte nas mãos de Goya:

um grito preso. (E liberto).

Theo, no amarelo das cartas,

girassola um sol incerto.



Vai meu sono, vai,

e canta o que não cantei.

Vai meu sono, vai...

pra onde mais não sei.



No colo da minha insônia

sou gigante e sou pequeno.

(Entre Amadeus e Salieri,

me liberto e me condeno).



No céu, Ghandi a fazer roupa

reparte a paz que alucina

com o homem que — sem armas —

parou um tanque na China.



No colo da minha insônia

desmaio, cansado e mudo.

(E o sono faz, sem alarme,

o desarme dos escudos).



A noite arma o cenário:

sou cavaleiro e cavalo.

Beijo as Valquírias de Wagner.

Fecho os olhos. E me calo.

Vai meu sono, vai (...)





SATÉLITE

Gênero/Ritmo básico: MPB

Letra: José Leonardo Ribeiro Nogueira (Léo Nogueira) (São Paulo – SP)

Música: Fernando Cavallieri (Santo André – SP)

Intérprete: Fernando Cavallieri



Eu tempero as palavras que digo

Pra caberem no teu paladar

As canções que nasceram comigo

Eu perfumo pra te embriagar



Meu amor mora em tudo que faço

Meu olhar te enxerga sem ver

Sou satélite solto no espaço

Gravitando ao redor de você



Mas em tudo que faço eu falho

No desejo de te alcançar

Eu desbravo a floresta do atalho

Que é o caminho mais longo que há

Mas em tudo que faço eu falho

No desejo de te alcançar

Eu desbravo a floresta do atalho

Que é o caminho mais longo que há



Se ao menos você me odiasse

Ou tivesse por mim compaixão

Pros teus olhos eu não tenho face

Sou um verme na escuridão

Sou Quasímodo sem Esmeralda

Sou Quixote sem livros pra ler

Agarrando o vazio pela cauda

Nem sofrendo eu te causo prazer



Mas em tudo...





DE ARREPIAR A ALMA

Gênero/Ritmo básico: Chacarera Estilizada

Letra: Paulo Righi e Carlos Omar Villela Gomes (Santa Maria – RS)

Música: Piero Ereno (Jaguari – RS)

Intérprete: Juliana Spanevello (foto)



Um riso estranho (de arrepiar a alma!)

afoga o silêncio na noite estrelada;

E até a lua que fazia sala

se escondeu com medo dessa gargalhada.



Esses rumores que chegam do nada,

vêm encher de sombras o campo vazio;

Riso com jeito de alma penada,

assustando os homens com seu assovio.



Tem um fantasma recorrendo a noite,

a espalhar espantos do que não se viu;

As suas sombras têm jeito de açoite,

castigando o mato, rebelando o rio!



Um quero-quero se põe em alerta,

a fazer dueto com seu assovio;

É o vento forte que virou fantasma

congelando os ossos de quem não tem frio!



Há um fantasma pela madrugada

a mostrar suas garras pra quem não quer ver;

Olhos pequenos cuidam as janelas

sem baixar a guarda até o amanhecer.



O vento segue com suas correntes,

arranhando as tábuas e o santa-fé;

Quem sente medo não acha consolo

e não prega o olho, de orelha em pé!!

Fonte: http://osfestivais.blogspot.com/ 

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